Mônica Vermelha

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Dos dogmas de cada um...

Se alguém discordar de cem argumentos seus, tenha certeza: esse alguém é tão dogmático quanto você mesmo.


Tenho achado muita graça ao ler comentários no facebook e em alguns blogs, acerca de postagens de petistas. Não importa o conteúdo do post, se for qualquer coisa elogiando ou defendendo o Lula, a Dilma, o PT, Cuba ou Venezuela, ou ainda, qualquer crítica ao PIG (partido da imprensa golpista - segundo Paulo Henrique Amorim), ao ex-presidente fhc ou ao stf (com letras minúsculas mesmo, porque eles não merecem maiúsculas!); pronto, instantaneamente vão aparecer "comentaristas" tachando o autor de petralha, membro da seita, comunista, esquerdista raivoso, extremista, comedor de criancinha e não sei que mais...


O fato é que depois de muito reparar nisso, acabei me lembrando de um ensinamento da minha sábia mãezinha que costuma dizer que cada pessoa só enxerga no outro os "defeitos" que ela mesma possui.  É muito interessante, e até engraçado, os críticos dos "extremistas de esquerda" são "extremistas de direita" e são, tanto quanto ou mais do que aqueles que eles criticam: raivosos, fanáticos, dogmáticos, sectários, incapazes de uma crítica sem agressão, de um questionamento razoável, sensato, político, fundamentado... no geral, é claro que existem excessões.

Esses comentários me levaram também, a recordar uma frase, não me lembro agora de qual autor, que diz: "não adianta argumentar com quem não quer entender". É isso, o diálogo, o convencimento, a persuasão são essenciais à verdadeira democracia, mas, infelizmente, nossos "democratas", assim como a nossa "democracia", sofrem de falta de consistência. A democracia exige daqueles que pretendem exercitá-la paciência, tolerância, respeito, inteligência, abertura... e tudo isso anda meio em extinção nas nossas searas (esquerda, direita, centro...).  

Por outro lado, penso que tudo isso é tão normal, tão humano... cada qual vê e interpreta o mundo a partir do lugar em que se encontra, das experiências que viveu, das coisas que leu, das relações que estabeleceu ao longo da vida, dos discursos a que se expôs. É claro que não devemos nunca abrir mão do sacratíssimo direito ao debate, à argumentação, ao convencimento... mas tenho pensado que em nada avançaremos se não aprendermos mais sobre a democracia, sobre aquelas virtudes essenciais à democracia, tais como a paciência, o respeito, a tolerância e uma certa dose de racionalidade. Não quero com isso dizer que a paixão deve ser posta de lado, não, de forma alguma, a paixão é essencial; eu acredito que só os "apaixonados" debatem, só os apaixonados convencem, mas...O debate político, no formato que ele tem acontecido hoje, não muda opinião de ninguém e ainda alimenta as resistências, os preconceitos e a impaciência  daqueles que talvez pudessem ser persuadidos por uns ou por outros.

Precisamos repensar tudo isso antes que a apatia, o descrédito e a impaciência em relação à política se consolidem nas mentes e nos corações daqueles que queríamos conquistar. Essa minha "exortação" vale para mim, para você, para a esquerda, a direita, o centro, para qualquer um que acredite e defenda uma "ideologia" qualquer.

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