No
primeiro post com esse título, falei da irresponsabilidade dos gestores
públicos frente ao problema das enchentes, alagamentos, desabamentos, tragédias
que vem acontecendo em Minas e no Brasil nos últimos anos, sem que providências
efetivas sejam tomadas. De fato, é triste constatar que as autoridades esquecem
o problema no primeiro dia de sol e não se faz nada para evitar as mesmas
tragédias no ano que vem, mas, essa história tem outros vilões.
Nós, cidadãos comuns, também
temos nossa parcela de responsabilidade nesses eventos. Há muito tempo
ecologistas e pessoas de bom senso vem tentando nos alertar para as
conseqüências dos comportamentos anti-ecológicos que marcam o nosso dia-a-dia.
Parece-me pouco inteligente, parece-me cegueira total que não consigamos relacionar
estes acontecimentos com as nossas atitudes cotidianas. Coisas mínimas como não
jogar lixo na rua, não fazer queimadas, não cortar árvores, não desperdiçar
água e não achar que todas as coisas que tem mais de seis meses de vida devem
ser jogadas no lixo, já teriam um impacto positivo incomensurável. Se a nossa
relação com a natureza fosse menos predatória e menos agressiva, talvez não
tivéssemos da mesma, reações tão violentas. Uma das coisas que mais me preocupa
é a construção desenfreada de hidrelétricas, o cidadão vê as propagandas na
televisão e em revistas e acha tudo maravilhoso. Mas o fato é que a construção
de uma hidrelétrica é uma intervenção ambiental e socialmente violentíssima.
Desvia-se rios, faz-se barragens, abate-se árvores e plantações, derruba-se
casas, desabriga-se pessoas, mata-se histórias, laços, memórias. Além das
correlações óbvias como: rios desviados são rios que transbordam, há uma outra
relação trágica nessa história: muitas das pessoas que moram nos morros (esses
que estão deslizando por aí) são pessoas que foram desalojadas de suas casas, e
algumas dessas (talvez um número maior do que a gente imagina) foram
desalojadas para que se construísse uma hidrelétrica. ‘Ah, mas nós temos que
construir hidrelétricas, que gerar mais energia, temos sofrido tanto com os
apagões.’ NÃO TEMOS NÃO, o que nós temos é que pesquisar seriamente e começar a
explorar outras fontes de energia, das quais esse país é extramente rico, como
a energia solar, a energia eólica e a bioenergia. A sociedade brasileira – cada
cidadão deste país – precisa urgentemente começar a se preocupar e a discutir
essa questão, precisamos encontrar soluções alternativas para, pelo menos,
minimizar as tragédias recorrentes. Ah, quanto aos comportamentos
anti-ecológicos, estou convencida de que precisamos urgentemente criar leis que
nos permitam multar as pessoas que jogam lixo na rua, fazem queimadas, lavam
calçadas...
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