Mônica Vermelha

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Chuvas, enchentes e assassinatos - parte II

No primeiro post com esse título, falei da irresponsabilidade dos gestores públicos frente ao problema das enchentes, alagamentos, desabamentos, tragédias que vem acontecendo em Minas e no Brasil nos últimos anos, sem que providências efetivas sejam tomadas. De fato, é triste constatar que as autoridades esquecem o problema no primeiro dia de sol e não se faz nada para evitar as mesmas tragédias no ano que vem, mas, essa história tem outros vilões.

Nós, cidadãos comuns, também temos nossa parcela de responsabilidade nesses eventos. Há muito tempo ecologistas e pessoas de bom senso vem tentando nos alertar para as conseqüências dos comportamentos anti-ecológicos que marcam o nosso dia-a-dia. Parece-me pouco inteligente, parece-me cegueira total que não consigamos relacionar estes acontecimentos com as nossas atitudes cotidianas. Coisas mínimas como não jogar lixo na rua, não fazer queimadas, não cortar árvores, não desperdiçar água e não achar que todas as coisas que tem mais de seis meses de vida devem ser jogadas no lixo, já teriam um impacto positivo incomensurável. Se a nossa relação com a natureza fosse menos predatória e menos agressiva, talvez não tivéssemos da mesma, reações tão violentas. Uma das coisas que mais me preocupa é a construção desenfreada de hidrelétricas, o cidadão vê as propagandas na televisão e em revistas e acha tudo maravilhoso. Mas o fato é que a construção de uma hidrelétrica é uma intervenção ambiental e socialmente violentíssima. Desvia-se rios, faz-se barragens, abate-se árvores e plantações, derruba-se casas, desabriga-se pessoas, mata-se histórias, laços, memórias. Além das correlações óbvias como: rios desviados são rios que transbordam, há uma outra relação trágica nessa história: muitas das pessoas que moram nos morros (esses que estão deslizando por aí) são pessoas que foram desalojadas de suas casas, e algumas dessas (talvez um número maior do que a gente imagina) foram desalojadas para que se construísse uma hidrelétrica. ‘Ah, mas nós temos que construir hidrelétricas, que gerar mais energia, temos sofrido tanto com os apagões.’ NÃO TEMOS NÃO, o que nós temos é que pesquisar seriamente e começar a explorar outras fontes de energia, das quais esse país é extramente rico, como a energia solar, a energia eólica e a bioenergia. A sociedade brasileira – cada cidadão deste país – precisa urgentemente começar a se preocupar e a discutir essa questão, precisamos encontrar soluções alternativas para, pelo menos, minimizar as tragédias recorrentes. Ah, quanto aos comportamentos anti-ecológicos, estou convencida de que precisamos urgentemente criar leis que nos permitam multar as pessoas que jogam lixo na rua, fazem queimadas, lavam calçadas...

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